quinta-feira, 2 de maio de 2013

Artista plástico Homero Amazonas natural de São Paulo de Olivença une beleza e destruição em mostra.


Em suas telas, com dimensões que variam de 1,10 x 1,20 até 1,50 x 1,50 metros, Homero retrata paisagens amazônicas, de céus, rios, lagos e florestas, nas quais insere elementos relacionados à perda de identidade cultural e à devastação do meio ambiente


O artista plástico Homero Amazonas combina a exuberância da natureza amazônica e a temática da devastação ambiental nas pinturas de sua nova exposição, intitulada “Visões caboclas”. A mostra reúne 17 pinturas em óleo sobre tela e um autorretrato, e terá vernissage na Galeria de Artes Helena Gomes da Silva, no Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos (Icbeu Manaus), nesta quinta (25), às 19h, com visitação gratuita a partir de amanhã, das 16h às 20h.

Em suas telas, com dimensões que variam de 1,10 x 1,20 até 1,50 x 1,50 metros, Homero retrata paisagens amazônicas, de céus, rios, lagos e florestas, nas quais insere elementos relacionados à perda de identidade cultural e à devastação do meio ambiente. Aí se incluem troncos decepados de árvores e mulheres com os rostos escondidos e vestidos longos. A despeito disso, as telas exibem uma técnica característica da arte impressionista, que empresta uma beleza tranquila e  diáfana às imagens.

“Tento fazer com que a pessoa veja uma forma bela, mesmo com toda essa agressão (à natureza). Quero que ela consiga ver além do massacre”, explica o artista. “Você vê uma paisagem belíssima, mas ali há uma vitória régia ressecada. Ao lado dela está uma flor, significando que existe esperança”, analisa ele, apontando uma das telas.

Entre as paisagens, há ainda uma homenagem a Picasso intitulada “O berro caboclo”, que evoca o processo de aculturação dos povos indígenas, e “O alerta”, que cita a célebre tela “Marat assassinado”, do francês Jacques-Louis David (1748-1825).

Contra a destruição

A denúncia de problemas como a devastação ambiental e a perda de identidade cultural é uma constante na obra de Homero Amazonas Oliveira – cujo nome do meio uma homenagem ao Estado, do artista nascido justamente num dia 5 de setembro, data que marca a Elevação do Amazonas à categoria de Província.

“Coloquei o nome ao fazer a relação do Estado com toda a devastação que via acontecendo”, declara o artista, natural de São Paulo de Olivença. “Dentro de mim vai sempre existir essa preocupação”, acrescenta.

Homero – que já expôs como convidado, entre outros eventos, na mostra “500 anos da Resistência Indígena na Europa”, na Suíça – atualmente investe no uso da cor em suas telas. Em seus quadros, ele aponta, “dentro das cores misturadas, estão pingos de cores quentes”, destaca o artista. As cores, ele conclui, “são Deus entrando na gente por meio dos olhos”.
Gravuras em coletiva
Em outro segmento das artes visuais, a Galeria do Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas (Caua, na rua Monsenhor Coutinho, 724, Centro) recebe a exibição coletiva “Gravura Experimental – Relevo e concavo”. A mostra reúne trabalhos de participantes do Atelier de Gravura do curso de Artes Visuais da Ufam. Inaugurada nesta quarta (24), a mostra fica em cartaz até o dia 29 de maio, com visitação aberta ao público de segunda a sexta-feira, no horário das 14h às 17h.
Com curadoria do artista visual e professor do curso de Artes da Ufam, Otoni Mesquita, a coletiva apresenta obras com temas variados, de retratos a formas abstratas. Participam da mostra os gravuristas Bárbara Gutierres, Camila Nakano, Caroline Santarém, Cesar Pacheco, Cristiane Barreiros, Deuzarina Barroso, Diemille da Silva, Khetlen Tavares, Larissa Batera, Lorena Prado, Maristela Araújo, Naiana Espírito Santo, Rebeca Conde, Rodney Marques, Rossini Jr. e Vanessa Pires.
Serviço

o que é: Exposição “Visões caboclas”, de Homero Amazonas
onde: Galeria de Arte Helena Gomes da Silva, Icbeu Manaus, avenida Joaquim Nabuco, 1.286, Centro
quando: Abertura nesta quinta (25), às 19h. Visitação de amanhã a 17 de maio, de terça a sábado, das 16h às 20h
quanto: Gratuito
info: (92) 3232-5919

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