quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Crianças Morrem soterradas no Areial de Santa Terezinha

Dia 27 de Novembro terça-feira por voltas 4 horas da tarde,duas crianças que brincavam nas proximidades do areial no bairro de Santa Terezinha foram lamentavelmente soterradas por um deslizamento. logo apos o acidente foram socorridos pelo Dr Vitor la mesmo no local, e posteriormente levados ao hospital onde os medicos tentaram os reanimar e não conseguiram, e infelizmente faleceram. Um deles, era Nilsonei Araujo que era aluno 5º ano do Ensino Fundamental da escola Monsenhor Evangelista, que aparece na imagem abaixo: e a outra criança não temos fotos para identificar.
Nilsonei Araujo
Mensagem para as Familías das crianças da nossa Equipe SpoNew
Despedida

E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.

Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.

E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?

Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.

Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.

A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.


Extraído do livro "A Traição das Elegantes", Editora Sabiá – Rio de Janeiro, 1967, pág. 83. 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário